segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Iniciando nossas atividades
Para começar nossas atividades, vamos analisar a seguinte frase:“Na luta contra o racismo, o silêncio é omissão”. Jacques d´Adesky
Quem tiver interesse, pode consultar o blog da Professora Gisélia.
Depois de uma pequena licença maternidade, estou com todo gás para começarmos nosso ano letivo e durante nossos próximos meses estaremos desenvolvendo a montagem de um Museu Afro na nossa escola. Todas as orientações serão publicadas neste blog, e também será atravez dele que espero receber todas as suas dúvidas e sugestões. Segue abaixo os temas a serem pesquisados por cada turma, são os mesmos encontrados no site do Museu Afro Brasil.
ÁFRICA - DIVERSIDADE E PERMANÊNCIA
História, Cultura e Arte.
A África, lugar de origem da espécie humana sob a forma do Homo Sapiens sapiens, é também, no entanto, matriz
e raiz de culturas que se disseminam na América no rastro da escravidão desde o século XVI.
Encontram-se elementos que mostram a imensa diversidade das culturas africanas e da arte por elas produzida. Gravuras e fotografias retratam poderosas figuras de reinos africanos do passado, bem como situações cotidianas, mostrando a diversidade étnica dos povos da África depois reduzidos à escravidão no Brasil.
TRABALHO E ESCRAVIDÃO
Trabalho, castigo e resistência.
Trata do papel dos africanos escravizados e seus descendentes na construção da sociedade brasileira, como mão de obra essencial em todos os seus ciclos de desenvolvimento econômico. A condição desse processo foi a violência brutal que impôs o domínio sobre o corpo e a alma do escravo, suscitando, em contrapartida, diferentes estratégias de resistência, da rebelião aberta à silenciosa impregnação da sociedade e da cultura do Brasil pelos seus costumes e valores.
O SAGRADO E O PROFANO
Devoção e diversão
O cristianismo imposto aos africanos escravizados acabou por lhes fornecer, no entanto, importantes espaços sociais para a preservação de suas culturas de origem. O catolicismo barroco colonial sempre viu no espetáculo de suas grandes festas um instrumento para transmitir a todos a doutrina cristã, independente de sua condição social, pelo simbolismo das imagens, cores e sons. Legitimando o poder da realeza portuguesa, ele multiplicou também as festas cívicas de que todo povo era chamado a participar, em celebrações onde a devoção era seguida da diversão, com teatro, fogos de artifício e corridas de touro, reunindo num mesmo espetáculo as manifestações sagradas e profanas. Este núcleo mostra a apropriação pelos escravos africanos e seus descendentes dessas celebrações festivas a partir das referências de suas culturas de origem, permitindo-lhes preservar muitos de seus elementos, que se conservam ainda hoje no catolicismo popular e nas festas consideradas “folclóricas”.
RELIGIOSIDADE AFRO-BRASILEIRA
Ancestralidade, rito e devoção.
No Brasil, a escravidão colocou em contato as religiões de diferentes povos africanos, que acabaram por assimilar e trocar entre si elementos semelhantes de suas culturas. Assim se sobrepuseram e se fundiram divindades, ritos e cultos de origem distinta num amálgama comum de que surgiram as religiões afro-brasileiras. O candomblé de origem ioruba é uma das religiões afro-brasileiras mais difundidas em todo o país, tendo assimilado ao panteão de seus deuses – os orixás – divindades de várias outras culturas africanas. Seu culto é também conhecido como xangô ou tambor de mina no Nordeste, batuque no Sul ou macumba no Sudeste, distinguindo-se igualmente as diferentes “nações” de que se originam as formas de seus ritos, keto, gege, angola etc. Isto evidencia as transformações e as permanências africanas nas religiões afro-brasileiras.
HISTÓRIA E MEMÓRIA
História, Palavra e Corpo.
Confiscar a memória de um escravo, quebrando seus vínculos de pertencimento, é uma forma eficaz de garantir sua dominação. Impedir um homem livre de reconhecer no passado aqueles que lhe serviriam de modelo no presente é perpetuar sua dominação, negando-lhe o direito à memória de sua própria história para reconstruir sua identidade estilhaçada. Este é o caso da memória negra no Brasil. Graças a uma manifestação perversa do preconceito, nega-se ao negro o direito à memória pelo “embranquecimento” dos negros e mulatos que por seus feitos se inscreveram em nossa história, esquecendo-se de sua cor, como se, sendo bem sucedidos, fossem naturalmente brancos. Procura resgatar como negro quem negro foi e quem negro é na história do Brasil, apresentando personalidades negras que se destacaram em diversas áreas, da colônia aos dias atuais.
ARTES
Sacra, Acadêmica, Contemporânea, Erudita e Popular.
A maioria dos artistas atuantes nesse período eram negros ou mestiços de negros com brancos e muitos produziam obras coletivas nas confrarias de artes e ofícios. A religião católica fomentou a produção artística do século XVIII por meio de encomendas de esculturas em madeira representando imagens de santos; encomendas de pinturas para tetos de igrejas e objetos litúrgicos confeccionados em ouro ou/e prata; além dos “desenhos” das próprias igrejas. Esse período que abrange as artes plásticas, arquitetura, literatura e música é conhecido como Barroco, considerada a primeira expressão artística com características brasileiras.